POLÊMICA - Sargento não faz "vista grossa" e provoca polêmica

             BORRAZÓPOLIS - POLÊMICA           
Em Borrazópolis alguns vereadores usaram uma sessão da Câmara Municipal para pedir o afastamento do Sargento Gilmar Soares. Houve até sugestão para que fosse feita uma suposta  "vista grossa" no cumprimento da lei 

VÍDEO - No link d vídeo ouça o áudio das explicações pessoais da Câmara Municipal, onde os vereadores batem boca e clima fica tenso

   Em Borrazópolis uma polêmica tem ganhado as ruas da cidade, principalmente no  período eleitoral (agosto e setembro, de 2016). O motivo é que o sargento Gilmar das Graças Soares, decidiu, desde que assumiu o comando do Destacamento local, colocar ordem na cidade, no sentido fiscalizar desde crimes de trânsito até outras irregularidades como pertubação de sossego, por meio de som automotivo, e outras imprudências que impactavam na qualidade de vida dos cidadãos. Para alguns moradores, o sargento está no caminho certo: "Depois que o Sargento impôs o seu ritmo de trabalho, percebemos que, em Borrazópolis, a lei agora é para todos. Eu já morei em outro município da região, que parente ou apadrinhados de políticos, jamais eram multados ou punidos, porque havia dois pesos e duas medidas.  Por isso, quero parabenizar o sargento e dizer que o cidadão de bem, que trafega com seu veículo regularizado e sem cometer infrações de trânsito, não tem o que reclamar", afirmou um morador que é agricultor no Bairro Rural Fogueira, mas reside na cidade. Há quem acredite que o Policial deveria ser menos rigoroso com quem é trabalhador e mais severo com os desocupados que perturbam a ordem pública, mas para o próprio Comando da Polícia Militar, que fica em Ivaiporã, é impossível e ilegal, em uma cidade, escolher quem serão os punidos e quais serão alvos de uma  "vista grossa".  Como estamos em período eleitoral, a Polêmica chegou a Câmara de Vereadores.  No dia 12 de setembro, de 2016, durante as explicações pessoais, o vereador João Teodoro, do PMDB, fez um discurso inflamado onde o político chama o Sargento de "o cara", e o acusa de perseguir a cidade inteira. Ele também não concorda que o policial utilize a arma quando for fazer abordagens, ou que só faça depois de constatar que o abordado é um ladrão.  "Eu não quero que o Sargento morra, porque uma hora ele vai tomar um tiro na cara, por apontar armas para inocentes. Se o comando não tomar providências, é sinal que a cidade virou um Faroeste, ai eu vou andar armado também e a hora que ele (o Sargento) apontar arma para alguém, eu meto fogo nele também", afirmou João Teodoro durante a sessão da Câmara Municipal, fala que consta no áudio que estamos disponibilizando.  "Nós estamos descontentes; eu fui multado, a presidente da Câmara foi multada, o assessor jurídico foi multado, então não é por nós, mas quero seguir o que está dentro da lei" salientou novamente o vereador em sua fala.  Durante a sessão houve "bate boca" entre Teodoro e a presidente da casa, vereadora Sonia Berti, que não se entendiam sobre a convocação do Major Laércio Sagati, que comanda a 6ª Companhia de Ivaiporã, que inclusive em vários momentos foi chamado de Coronel. Sônia acredita que seria importante esperar passar o período eleitoral para depois tomar providências neste sentido. Outros vereadores comungaram com o pensamento de Sônia e a polêmica aumentou. O vereador "Nenzão", também concordou, em parte, com o vereador João Teodoro, dizendo que o Sargento deveria agir da mesma forma com os bandidos que tem cometido crimes na cidade.  OUTRAS OPINIÕES - O Vereador Marcos Piva, disse que é contrário a convocação do Sargento e que se houver alguma reclamação, que seja então oficializado o comando, pois o que ele (O vereador) tem percebido é que o rigor da lei tem sido uma ordem da Companhia e não uma atitude isolada do Sargento Gilmar.  "Outra questão, o senhor João Teodoro colocou que o sargento está seguindo a lei, mas não está certo;   eu acredito que somente aquilo que está fora da lei é que não está certo. Não se pode fazer com que a polícia seja o bandido da história. Tem se feito um trabalho, apesar de crítico, mas tem se colocado ordem na casa. Se eu levo uma multa, é porque estou errado, e nós como vereadores, e que quando assumimos, juramos seguir a constituição e as leis deste País, temos que saber que a referida lei é para todos", afirmou Marcos Piva. Outros vereadores, como "Marcelão", "Zezinho Professor", Rosimar Cerqueira, Sargento Sartor,  e "Carlão do Florisvaldo", também usaram a palavra. A maioria acredita que é preciso prudência para apurar o que realmente está acontecendo, pois já foram feitas denúncias na corregedoria e o próprio comando está tomando medidas para apurar os fatos.  No link de vídeo, a esquerda, está o áudio das explicações pessoais, onde estão todas as afirmações citadas nesta reportagem. Vale pena ouvir, principalmente na parte final, onde o clima ficou quente entre os nobres edis e houve "bate boca" e até troca de acusações. ILEGALIDADE -   Nossa reportagem ouviu uma advogado sobre a atitude, de parte dos vereadores, em Borrazópolis;  e, segundo ele, há uma total ilegalidade na postura do legislativo, pois Segurança Pública, em se tratando de Polícia Militar, não é atribuição da Câmara Municipal e sim do Governo do Estado, por tanto, pedir o afastamento de qualquer policial, ou promover qualquer manobra que possa levar a isto, pode configurar improbidade,  tráfico de influência  além de legislar em causa própria, a partir do momento em que se declara que os mesmos estão sendo prejudicados por terem sido multados ou punidos por infrações que já cometeram. Ainda segundo o especialidade, já houve casos de Policiais afastados por perseguição política, que conseguiram, na justiça, receber indenização e o direito de retornarem ao local de onde foram transferidos.